domingo, 29 de julho de 2012

AS APARÊNCIAS ENGANAM

AS APARÊNCIAS ENGANAM


Quantas vezes na vida já não nos enganamos apenas por observar um fato superficialmente? A rigor, somos induzidos a pensar e tirar conclusões a cerca de algo que vemos, porque as circunstâncias nos levam a imaginar coisas de antemão. Na verdade, isso é um erro porque não devemos fazer deduções precipitadas sem antes conhecer os motivos e/ou fatos que precederam determinado acontecimento.
O que precisamos é tomar cuidado com as aparências, porque, ao mesmo tempo em que elas nos enganam, também podem resultar verdadeiras naquilo que vemos e pensamos. Mas em outras ocasiões, cabe a nós ver além das aparências, ou seja, tanto pode ser aquilo que pensamos (o pior) ou algo que nem imaginamos possa acontecer.
O que não podemos fazer é tomar atitudes apressadas, pois isso resultaria em conseqüências desastrosas para o nosso lado, fazendo com que pudéssemos nos arrepender mais tarde. O provérbio popular de que a pressa é inimiga da perfeição, não deixa de ser uma verdade já testada por muitas pessoas, que mais tarde sentiram remorso por não terem tido a cautela necessária antes de tomar decisões.
Costuma-se dizer que prudência e caldo de galinha nunca fizeram mal a ninguém. Há razões de sobra para pensarmos que esta reflexão seja correta. Se as pessoas seguissem esta idéia, certamente evitariam muitas dores-de-cabeça. No fundo, todos nós temos um princípio que nos norteia a fim de que não caiamos em erro, obviamente, desde que ajamos de boa fé.
Às vezes torna-se necessário perguntar a nós mesmos, por que o nosso primeiro pensamento em relação às pessoas é de forma ofensiva? Ou seja, se vemos alguém agir de maneira estranha, ocorre-nos a idéia de que algo errado está sucedendo. Não deveria ser o contrário? Manter concepção positiva a respeito dos seres humanos é sempre melhor do que achar que eles estejam cometendo alguma falta.
Pois se estivermos equivocados não teremos remorsos em nosso prejulgamento; em caso reverso, de crítica condenatória, teríamos que nos penitenciar perante as evidências diante de uma conduta suspeita, mas que a final resultava em algo normal e justo. Este tipo de procedimento permite-nos tirar a seguinte ilação: aquele que pensa mal dos outros, pela lei da igual espécie, atrai para si, os pensamentos negativos que os outros têm em relação a ele.
Na verdade, o que não devemos fazer é emitir pensamentos a priori, ou seja, somente porque achamos que alguém está fazendo algo errado (podemos estar até certos em nosso julgamento), mas isso não nos dá o direito de pensar que somos os donos da verdade de um fato, como se tivéssemos uma bola de cristal a nos dizer o futuro. A história a seguir, nos revela que a cautela e o bom senso sempre foram a medida mais exata a tomar:  
Fernando era um pai de família. Um dia, quando voltava do trabalho dirigindo num trânsito bastante complicado, deparou-se com um senhor que dirigia apressadamente: vinha ‘cortando’ todo o mundo e, quando se aproximou do carro de Fernando, deu-lhe uma tremenda fechada, já que precisava atravessar para a outra pista.
Naquela hora, a vontade de Fernando foi xingá-lo e impedir sua passagem, mas logo pensou: ‘Coitado! Se ele está tão nervoso e apressado... vai ver que está com um problema sério e precisando chegar logo ao seu destino’. Pensando assim, foi diminuindo a marcha e deixou-o passar. Chegando em casa, Fernando recebeu a notícia de que seu filho de três anos havia sofrido um grave acidente e fora levado ao hospital pela sua esposa.
Imediatamente seguiu para lá e, quando chegou, sua esposa veio ao seu encontro e o tranqüilizou dizendo: “Graças a Deus está tudo bem, pois o médico chegou a tempo para socorrer nosso filho. Ele já está fora de perigo.” Fernando, aliviado, pediu que sua esposa o levasse até o médico para agradecer-lhe. Qual não foi sua surpresa quando percebeu que o médico era aquele senhor apressado para o qual ele havia dado passagem!
Moral da história: procure ver sempre as pessoas além das aparências. Imagine que por trás de uma atitude existe uma história, um motivo que leva a pessoa a agir de determinada forma.


Richard Zajaczkowski, bacharel em Direito, jornalista

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