domingo, 16 de setembro de 2012


DINHEIRO NÃO É TUDO


Embora todos nós saibamos que o dinheiro não traz amor nem felicidade, temos também plena consciência de que ele resolve bastante a nossa vida material. O problema é que são poucas as pessoas que sabem equilibrar suas existências, pois não é qualquer pessoa que tem muito dinheiro e ao mesmo tempo leva uma vida normal sem exageros e excessos.
Isso nos recorda o exemplo bíblico no qual alguém que vivia na riqueza, pergunta a Jesus o que deveria fazer para alcançar a felicidade. Jesus lhe ordena que se desfaça de todos os seus bens e O siga. Isso nos leva a interpretar, de imediato, que para se alcançar o Céu os bens materiais são um estorvo e que não devemos tê-los. Lego engano.
O exemplo serviu apenas para aquela pessoa cuja vida espiritual estava sendo entravada e sem possibilidade de desenvolvimento por causa dos bens materiais. Na verdade, as pessoas se deixam empolgar quando possuem muito dinheiro. Como são egoístas por natureza, elas aproveitam bem a vida, gastando a rodo, sem se preocupar com seus semelhantes que às vezes nem têm o que comer.
Esse é um dos motivos que faz com que fiquemos boquiabertos ante tamanha disparidade na distribuição de riquezas: uns têm demais e a outros há carência. Quando a vida é facilitada pelo dinheiro, é muito difícil as pessoas pararem um pouco para refletir sobre as coisas do além. Quem se importa com isso, quando se tem quase tudo à mão, sem sofrimento e sacrifícios?
É nessa fase que a alma do ser humano abriga também o comodismo. Independente dos meios como conseguiu amealhar sua fortuna, a criatura humana acha normal (até certo ponto pode ser) não se preocupar em ajudar os outros. Assim como ele conseguiu, qualquer pessoa também pode. Pois ele pensa que se elas estão nessa situação de penúria, é porque em parte são merecedoras disso.
De fato, esse tipo de pensamento pode até ser verdadeiro em parte. Mas não deixa de apresentar sentimentos de avareza. Quem muito tem, não faz diferença e nem vai sentir a diminuição de seu patrimônio, se repartir. O problema é que quanto mais se tem, mais se quer. As pessoas ricas nem desconfiam de uma eterna lei espiritual na Criação que reza: quanto mais distribuirmos, sejam coisas materiais ou abstratas (nunca com segundas intenções), mais em dobro receberemos esses bens.     
O que não devemos fazer é imaginar que o dinheiro pode comprar as sementes das verdades eternas como o amor, a esperança, a sabedoria e outras do mesmo quilate. Nossa história reflete esse tipo de compra, como se frutos prontos fossem: Um homem muito rico dizia que com seu dinheiro podia comprar tudo, até mesmo a felicidade. Um dia, andando pela rua, deparou-se com um estabelecimento que se chamava Loja de Deus. Na porta estava escrito: ‘vendemos amor, esperança, paz...’.
O homem entrou na loja e viu jarras de amor, pacotes de esperança, vidros de fé, caixas de perdão, enfim todo tipo de graça e de sabedoria. Foi logo pedindo de tudo: – Quero muito amor, perdão em abundância, muita fé e felicidade para mim e para minha família. Então o anjo que atendia no balcão foi selecionando, separando e condicionando tudo num pequenino embrulho que coube na palma da mão do comprador.
Decepcionado, este disse para o anjo: – Eu pedi tudo em grande quantidade, pois tenho muito dinheiro. O anjo, sorrindo, respondeu: – Tudo o que o senhor pediu está aí e é de graça. – É possível que minhas encomendas estejam todas aqui? – perguntou, admirado, o homem. – Sim, estão. Na Loja de Deus não vendemos frutos, apenas damos as sementes – respondeu com paciência o anjo. Moral da história: a felicidade, a paz, o amor, estão dentro de cada um de nós em forma de sementes. Cabe a cada um de nós cultivá-las.



   

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