DINHEIRO NÃO É
TUDO
Embora todos
nós saibamos que o dinheiro não traz amor nem felicidade, temos também plena
consciência de que ele resolve bastante a nossa vida material. O problema é que
são poucas as pessoas que sabem equilibrar suas existências, pois não é
qualquer pessoa que tem muito dinheiro e ao mesmo tempo leva uma vida normal
sem exageros e excessos.
Isso nos
recorda o exemplo bíblico no qual alguém que vivia na riqueza, pergunta a Jesus
o que deveria fazer para alcançar a felicidade. Jesus lhe ordena que se desfaça
de todos os seus bens e O siga. Isso nos leva a interpretar, de imediato, que
para se alcançar o Céu os bens materiais são um estorvo e que não devemos
tê-los. Lego engano.
O exemplo
serviu apenas para aquela pessoa cuja vida espiritual estava sendo entravada e
sem possibilidade de desenvolvimento por causa dos bens materiais. Na verdade,
as pessoas se deixam empolgar quando possuem muito dinheiro. Como são egoístas
por natureza, elas aproveitam bem a vida, gastando a rodo, sem se preocupar com
seus semelhantes que às vezes nem têm o que comer.
Esse é um dos
motivos que faz com que fiquemos boquiabertos ante tamanha disparidade na
distribuição de riquezas: uns têm demais e a outros há carência. Quando a vida
é facilitada pelo dinheiro, é muito difícil as pessoas pararem um pouco para
refletir sobre as coisas do além. Quem se importa com isso, quando se tem quase
tudo à mão, sem sofrimento e sacrifícios?
É nessa fase
que a alma do ser humano abriga também o comodismo. Independente dos meios como
conseguiu amealhar sua fortuna, a criatura humana acha normal (até certo ponto
pode ser) não se preocupar em ajudar os outros. Assim como ele conseguiu,
qualquer pessoa também pode. Pois ele pensa que se elas estão nessa situação de
penúria, é porque em parte são merecedoras disso.
De fato, esse
tipo de pensamento pode até ser verdadeiro em parte. Mas não deixa de
apresentar sentimentos de avareza. Quem muito tem, não faz diferença e nem vai
sentir a diminuição de seu patrimônio, se repartir. O problema é que quanto
mais se tem, mais se quer. As pessoas ricas nem desconfiam de uma eterna lei espiritual
na Criação que reza: quanto mais distribuirmos, sejam coisas materiais ou
abstratas (nunca com segundas intenções), mais em dobro receberemos esses bens.
O que não
devemos fazer é imaginar que o dinheiro pode comprar as sementes das verdades
eternas como o amor, a esperança, a sabedoria e outras do mesmo quilate. Nossa
história reflete esse tipo de compra, como se frutos prontos fossem: “Um homem muito rico dizia que com seu
dinheiro podia comprar tudo, até mesmo a felicidade. Um dia, andando pela rua,
deparou-se com um estabelecimento que se chamava Loja de Deus. Na porta estava
escrito: ‘vendemos amor, esperança, paz...’.
O homem entrou
na loja e viu jarras de amor, pacotes de esperança, vidros de fé, caixas de
perdão, enfim todo tipo de graça e de sabedoria. Foi logo pedindo de tudo: –
Quero muito amor, perdão em abundância, muita fé e felicidade para mim e para
minha família. Então o anjo que atendia no balcão foi selecionando, separando e
condicionando tudo num pequenino embrulho que coube na palma da mão do
comprador.
Decepcionado,
este disse para o anjo: – Eu pedi tudo em grande quantidade, pois tenho muito
dinheiro. O anjo, sorrindo, respondeu: – Tudo o que o senhor pediu está aí e é
de graça. – É possível que minhas encomendas estejam todas aqui? – perguntou,
admirado, o homem. – Sim, estão. Na Loja de Deus não vendemos frutos, apenas
damos as sementes – respondeu com paciência o anjo. Moral da história: a
felicidade, a paz, o amor, estão dentro de cada um de nós em forma de sementes.
Cabe a cada um de nós cultivá-las”.
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