sábado, 25 de agosto de 2012

COISAS QUE NÃO TÊM PREÇO


Dizem os estudiosos de economia que a cada prestação de serviço, deve haver a correspondente remuneração, como medida de justiça ao trabalho despendido. É verdade, não podemos negar semelhante afirmação, pois se o fizermos corremos o risco de nos locupletar às custas do labor alheio.
Isso seria uma forma de explorar aquelas pessoas que trabalham para nós, quando não recebem o que lhes é devido. Algumas delas pensam que, por terem sob suas ordens parentes (pais, filhos, irmãos) o tratamento é outro, ou seja, não teriam obrigação de receber por seus trabalhos o equivalente ao de uma pessoa estranha. Ledo engano.
O grau de parentesco nada tem a ver com a natureza do trabalho elaborado, pois o esforço na realização da tarefa física ou intelectual é o mesmo utilizado pelas pessoas, independente dos laços consangüíneos. Nesse tipo de relacionamento humano que envolve capital e trabalho, o tempo é precioso e vale ser bem pago pela execução.
Essa modalidade pressupõe que tempo é dinheiro, pois quem o gasta fazendo algo sabe que deve ser remunerado. Mas algumas pessoas confundem o tempo gasto com alguma coisa que não vise retorno financeiro. Elas entendem que não podem perder tempo com a esposa, com o filho ou com um amigo, somente porque não há lucro financeiro.
Pois quando se trata de relações afetivas, tais como visita a um parente, um amigo, mais atenção à família, a principal desculpa tem sido a falta de tempo, que para elas não pode ser jogado fora simplesmente porque é uma atividade que não rende dividendos à vida profissional e material. Na verdade, são pessoas que acreditam que em primeiro lugar está o sucesso profissional, depois, o resto.
Elas dificilmente entenderão que algumas coisas não têm preço, como, por exemplo, ser gentil e atencioso com os filhos e a esposa. Adianta ter estabilidade financeira, se no recinto do lar a esposa é tratada quase como uma serviçal? E os filhos, rebeldes e desobedientes? Não há dinheiro no mundo capaz de comprar paz e tranqüilidade no seio familiar, por mais opulenta e rica que seja uma família.
Também não há preço quando as pessoas fazem algo por outras, não visando retribuição monetária, mas apenas por altruísmo, porque desejam ajudar. Às vezes, tais atos são mal-interpretados por quem os recebe, achando que deve pagar com dinheiro.
Enquanto isso, outras pensam que o poder do dinheiro lhes dá o direito de comprar o afeto e a amizade de seus semelhantes, como na história que passamos a seguir: Um homem trabalhava muito, não tendo tempo para dar atenção ao filho. O menino sempre pedia ao pai para brincar com ele, porém a resposta era sempre a mesma: não tinha tempo para tal coisa, pois tempo era dinheiro e precisava trabalhar muito para ganhá-lo.
Assim ele trazia muitos brinquedos caros para o filho, mas nunca podia brincar com ele. Um dia o menino perguntou ao pai: – Pai, quanto o senhor ganha no trabalho? – O papai ganha R$ 5,00 por hora – respondeu-lhe. O menino ouviu e voltou a brincar sozinho. Depois de alguns minutos, voltou a perguntar: – Pai, você tem R$ 3,00 para me emprestar?
– Para quê, filho? – perguntou o pai. – É que eu já tenho R$ 2,00 e queria juntar para comprar uma hora de seu tempo para você poder brincar comigo. Nessa hora o pai se lançou ao chão e foi brincar com o filho, entendendo que dinheiro nenhum pagaria aquele momento.
Moral da história: hoje em dia escutamos as pessoas dizerem que tempo é dinheiro e por isso acabam empregando grande parte de seu tempo em coisas que lhes dêem retorno financeiro. E assim a vida não é vivida, mas vendida.







       

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