sábado, 18 de agosto de 2012

QUEM PROCURA, ACHA


O que era lugar-comum nos centros das grandes cidades está virando cópia, com rápida aceleração de triplicar os problemas, em municípios de médio porte tipo Francisco Beltrão. Estamos nos referindo à prostituição, esta chaga social que com o passar dos anos, qual bola de neve, vai aumentando a ferida. 
Numa elucidativa e bem elaborada reportagem (em 16/08/03) para o Jornal de Beltrão, a jornalista Leandra Francischett mostrou por que a prostituição cada vez mais viceja não apenas nesta comarca, mas também em qualquer parte do mundo, ressalvadas as exceções, se as houver.
Autoridade e mulheres entrevistadas afirmam que a culpa exclusiva está nos homens que as procuram para esses programas. Por outro lado, existem raízes de fundo psico-patológico (buscam o sexo por opção), necessidade financeira e desvio de conduta na infância por falta de uma sólida educação.
Nenhuma dessas alternativas serve como desculpa para o aviltante comércio do corpo, cuja conduta perdeu a vergonha na esquina dos desejos insaciáveis da carne. Uma das entrevistadas, segundo a reportagem, confidenciou que não faz sexo anal, beijo na boca e sexo sem camisinha, “por dinheiro nenhum.”
Barbaridade!!! Quanta honra!! Pelo menos, pensa ela, dos males, o menor. Convenhamos, seu grau de inteligência é até razoável, pois dificilmente contrairá o vírus da Aids e tampouco terá seu duto anal rompido, vasos sangüíneos rasgados e dilacerados.
A insatisfação sexual no casamento de algumas pessoas leva-as a buscar seus apetites desregrados fora do lar, no qual sabem que para saciar suas libidos, outras normas aberrantes são convencionadas, posto que, sempre há alguém que pelo dinheiro ou desejo de satisfazer sua luxúria, às vezes topa tudo, até pelo pior.
Esse talvez seja um dos motivos que levou a entrevistada a declarar que ‘os homens experimentam todas as putas, se quisessem uma mulher só ficavam com a esposa que tá em casa.’ É a promiscuidade sexual que avança célere, mormente, impulsionada pela liberdade desenfreada da propaganda erótica, das novelas e filmes na televisão.
Pois, ao invés de educar para o comportamento dos bons costumes, incentiva-se o uso da camisinha, vindo assim a estimular os desejos e aumentando a promiscuidade. É como tentar apagar o fogo jogando gasolina.    
Nosso conto da semana retrata uma história que acontece na vida real, e o resultado é uma hipótese que levantamos, cujo risco as pessoas assumem: Joãozinho é uma das centenas de crianças que nasceu no seio de uma família de classe média. Embora seus pais lhe dessem educação escolar, nunca o ensinaram a ter comportamento ético-moral, pois quem é destituído desses valores, não tem caráter para transmiti-los.
Na juventude, perdeu cedo sua virgindade, pois como não tinha quem o orientasse, a escola da vida fora do lar o ensinou que certos prazeres, às vezes não têm limites. Casou-se por mil e um motivos, exceto por amor, ou pelo menos, por gostar e vir a respeitar a esposa.
Problemas financeiros e sentimentais levaram-no à frustração e insegurança no comportamento de suas emoções.  Iniciou traindo sua esposa com amigas que sabia tinham um ponto fraco por ele. Como detestava usar camisinha, acabou contraindo o vírus HIV.
Freqüentador de filmes pornô, já não mais se satisfazia com sexo estilo papai-mamãe, nem mesmo com mulheres conhecidas que em sua maioria não praticava suruba sexual e seus animalescos desvios colaterais. Assim, passou a freqüentar bordéis e lupanares onde conseguia satisfazer seus apelos à carne.
Metido a machão, volta e meia fazia sexo com a esposa, que contraiu Aids, engravidou e passou o vírus ao feto. Algumas pessoas estão contaminadas e não sabem porque o vírus não se desenvolve. Elas são o que a ciência chama de assintomáticas (não desenvolvem os sintomas), ou seja, por uma série de motivos, o HIV permanece latente na corrente sangüínea, mas passível de transmissão.
Joãozinho nem por um instante se preocupou que poderia criar um enorme problema familiar, assim como, tampouco pensou nas prostitutas que ele freqüentou e que no futuro terão sérios problemas de ordem moral, na educação dos filhos. Cedo ou tarde, estes ficarão sabendo direta ou indiretamente.
Já imaginaram o que se passa na mente de um jovem na flor da idade, cheio de sonhos, ao descobrir um segredo desses? É preciso muita psicanálise para reverter (isso se conseguir) o processo de frustração, ódio e raiva contidos na alma humana.  
A vida continua e Joãozinho é apenas um modelo falido de exemplo de decadência da raça humana, cujos passos muitos trilham sem imaginar que um dia colherão seus frutos amargos. Moral da história: a pessoa que mercadeja seu corpo com favores sexuais, merece o mesmo tratamento pejorativo da prostituição, seja ela mulher ou homem.

  
             


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