quarta-feira, 8 de agosto de 2012

OS CONSTRUTORES


Algumas pessoas pouco informadas costumam dizer que não adianta muito lutar na vida porque o nosso destino já estaria traçado, ou seja, nós estaríamos sendo guiados por fios invisíveis previamente delineados por determinação superior. Esse é um pensamento falso, prova disso é que somos dotados de livre-arbítrio e temos o direito de escolher entre o bem e o mal.
Essas pessoas são as fatalistas que não acreditam muito na força de seus trabalhos, pois se pensam assim, vivem por viver apenas para cumprir uma etapa de suas existências e com receio de não serem tachadas de ociosas pela sociedade.
Algumas até que realizam seus trabalhos a contento, mas como não têm muita convicção ou motivos especiais para fazê-lo, acabam relaxando na construção do edifício de suas vidas. Por que será que devemos ter razões suficientes para dar o melhor de nós mesmos? Será que não é suficiente o milagre da própria vida, gozando saúde? Ou temos que nos agarrar aos estímulos das coisas materiais?
Outrossim, não podemos nos esquecer que esses estímulos são passageiros e transitórios e com o passar dos anos não mais nos trazem aquela falsa alegria que as coisas deste mundo nos proporcionam. Felizmente para uns e infelizmente para outros, a hora do transpasse vai chegar para cada um de nós. Ninguém polemiza essa verdade.
O ponto crucial é: que espécie de tijolos utilizamos para construir a residência de nossas vidas? Tijolos de compreensão, de boa vontade, de amor, de pensamentos voltados para como, onde, e o quê será a nossa existência depois desta? Ou vamos fazer como a maioria: construir tijolos da boa vida de comer, beber e dormir, e cimentá-los com a argamassa do egoísmo, do levar vantagens em tudo e dos pensamentos voltados à fornicação, a fúteis destaques na sociedade e na cobiça pelo poder?
Na verdade, não devemos fazer como aquele trabalhador braçal, que embora tenha executado bem as incumbências de sua profissão, deixou de fazê-lo no instante mais importante de sua vida: a própria. Um velho carpinteiro estava para se aposentar. Contou a seu chefe os seus planos de largar o serviço de carpintaria e de construção de casas e viver uma vida mais calma com sua família.
O dono da empresa sentiu muito ao saber que perderia um de seus melhores empregados e pediu-lhe que construísse uma última casa, como um favor especial. O carpinteiro concordou. Porém, com o tempo, era fácil perceber que seus pensamentos e seu coração não estavam mais no trabalho. Ele não se empenhou no serviço e utilizou mão-de-obra e matérias-primas de baixa qualidade. Foi uma maneira lamentável de encerrar sua carreira.
Quando o carpinteiro terminou o trabalho, o construtor veio inspecionar a casa e, entregando-lhe as chaves, disse-lhe: – Esta casa é sua, é meu presente para você como prova de gratidão. Que choque! Que vergonha! Se o carpinteiro soubesse que estava construindo sua própria casa, teria feito completamente diferente, não teria sido tão relaxado. Agora já era tarde demais, teria que morar numa casa feita de qualquer maneira.
Moral da história: às vezes construímos nossa vida distraidamente. Pense em você como um carpinteiro. Cada dia você martela um prego novo, coloca uma armação ou levanta uma parede na casa da sua vida. Construa-a sabiamente.




  

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