sábado, 25 de agosto de 2012

SEJA GRATO



Por que será que poucas são as pessoas que  estão satisfeitas consigo mesmas e com as coisas que possuem? Boa parte de nós parece detestar este provérbio: não tenho tudo que amo, mas amo tudo que tenho. Quando conseguem ter um determinado número de bens, ao invés de parar, continuam acumulando.

            Se fizermos uma pesquisa com pessoas que vivem à margem da pobreza, que não têm casa própria e nem carro (o sonho da maioria), verificaremos que uma vez conseguido estes bens, dificilmente reclamariam algo mais. Por outro lado, alguns seres humanos nunca estão satisfeitos com o que possuem.
         Temos então três situações de comportamento humano em relação a bens terrenos: aqueles que os possuem, mas insatisfeitos, adquirem outros e acabam se tornando alvo de inveja; aqueles que são proprietários e estão contentes com o que têm e, por fim, aqueles que possuem as coisas mas nunca estão alegres com essa posse.
         Estes últimos são os eternos insatisfeitos, ou seja, além de possuírem algo que a maioria dos humanos, às vezes, batalha a vida inteira para conseguir, ainda por cima reclamam da graça material recebida como se esta lhes fosse um estorvo que precisassem eliminar.     
         Eles pertencem àquela classe de seres humanos que gostam de reclamar com a boca cheia, ou seja, não dão o devido valor às coisas e qualquer contrariedade é motivo e empecilho para resmungar, colocar a culpa nos outros ou na própria situação, por melhor que esteja, sempre encontram defeitos e erros.
         Nossa história da semana vai mostrar que os problemas são sempre maiores à medida que nós próprios os criamos: Todos os dias, Jacó não fazia outra coisa senão queixar-se de sua sorte. Blasfemava contra a vida que o obrigava a viver naquela torturante e interminável penúria. Reclamava que sua casa era pequena e incômoda, dizendo que não acomodava bem  sua família.
         Um dia chegou à cidade um sábio, e Jacó resolveu aconselhar-se com ele. Fez todos os seus desabafos ao sábio que, então, prometeu resolver seu problema desde que ele cumprisse fielmente as instruções que ia dar. Jacó prontamente concordou. E o sábio disse:
         – Tens uma vaca, certo? Hoje mesmo vais colocá-la dentro de sua casa. Jacó protestou: – Mas... como? Em minha casa mal cabemos eu e minha família?! Porém, lembrando-se de sua promessa, obedeceu. Foram dias de suplício. Passado algum tempo, voltou ao sábio e disse: – Minha casa está mais insuportável ainda.
E o sábio falou: – Tens uma cabra, não é? Pois vais colocá-la dentro da sua casa, junto com a vaca. Jacó se desesperou, mas novamente obedeceu. Foram dias em que até a sobrevivência de sua família ficou ameaçada. Jacó já não agüentava mais, quando voltou ao sábio e disse: – Pelo amor de Deus, não suporto mais esta situação! Está impossível viver nestas condições!
E o sábio disse: – Pois bem, esta noite pode retirar os animais, limpar bem sua casa, colocar tudo no lugar e seu problema estará resolvido. E Jacó assim fez. E qual não foi sua surpresa quando, depois de tudo arrumado, sem os animais, ele percebeu como sua casa era espaçosa, confortável e aconchegante!
Jacó agora amava sua casa e bendizia ao Senhor por ter aquele lugar para morar. Aprendeu a valorizar o que tinha de bom. Moral da história: muitas vezes reclamamos daquilo que não temos, mas nos esquecemos de agradecer pelo que temos.



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