quarta-feira, 8 de agosto de 2012

OS AVARENTOS


Qual será a mola psíquica propulsora que empurra o ser humano a acumular mais e mais bens materiais?  Parece-nos que, quanto mais tem mais quer e nunca está satisfeito. É como se fosse uma doença, da qual, ele não tem nenhum interesse em procurar o remédio ideal para a cura.
Alguns chegam ao extremo da desonestidade, pois mesmo ganhando um excelente salário, ainda assim, insistem em amontoar riqueza indevida. Esses representam os avarentos da corrupção, pouco lhes importando se o dinheiro surrupiado faz ou não falta aos menos favorecidos.
Por outro lado, os avarentos (também conhecidos como gananciosos) considerados honestos, ou seja, aumentam seu patrimônio com o fruto do trabalho, estão pouco preocupados com a desigualdade social, mesmo sabendo que ganham num único dia dez salários mínimos.
Enquanto isso, um cidadão assalariado tem que trabalhar durante um mês inteiro, para ganhar dois ou três salários mínimos, e às vezes ainda passa necessidade. Segundo estatísticas, no Brasil há cerca de 90 mil milionários. Se essas pessoas se unissem ao governo, poderiam acabar com a fome, melhorar a saúde do povo e dar-lhe educação adequada.
As pessoas avarentas ou gananciosas são aquelas que só têm em vista o lucro. São almas corroídas pelo excessivo e sórdido apego ao dinheiro. Para elas o egoísmo é a tônica pois muito querem para si. Também, pouco se importam que a economia do País seja solapada por juros altos e inflação camuflada.
Como têm muito capital de giro, elas adoram a especulação, pois esta é uma das formas de ganhar dinheiro sem trabalhar. São os parasitas sustentados pela força do trabalho alheio. Não conhecem a filantropia (qualidade altruística de ajudar seus semelhantes), posto que, fazem o contrário: querem que as pessoas continuem pobres, ignorantes e facilmente manipuladas.
Algumas delas, às vezes, nem chegam a aproveitar o dinheiro ganho, pois com a saúde abalada, gastam mais da metade da fortuna para recuperá-la. Nossa história ilustra certa frustração neste sentido: Era uma vez um corvo que gostava muito de juntar moedas de ouro. Vivia sobrevoando os lugares e, cada vez que encontrava uma moeda, bicava-a e levava para sua casa, guardando-a dentro de um grande vaso.
Seu amigo dizia-lhe: – Para que um corvo precisa de moedas de ouro? Você não poderá fazer nada com elas! Aproveite seus vôos para coisas mais interessantes. Mas ele nem ligava. Dizia que elas valiam muito e precisava juntá-las. Guardou, guardou... até encher o vaso.
Um belo dia resolveu contá-las, mas grande foi sua surpresa quando, ao tentar tirá-las, descobriu que seu bico não conseguia penetrar no vaso. Fora inútil juntar aquelas moedas durante tanto tempo, pois agora não poderia usá-las.
Moral da história: há muitas pessoas que acabam sendo escravas de seus bens: preocupadas apenas em acumular, deixam de desfrutar das coisas, não usufruem daquilo que têm, não partilham, querem tudo guardar para si. Pessoas assim acabam ficando amargas e solitárias. Não deixe para viver amanhã os momentos bons da sua vida, pois talvez mais tarde você não vá poder usufruir deles.

  

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